Ler História 60 / Julho de 2011


Estudos

Prestígio, Rituais e institucionalização do Poder

Ana Isabel Buescu
A morte do rei. Tumulização e cerimónias de trasladação dos reais corpos (1499-1582)

José Antonio Guillén Berrendero
Iconografia da honra e do prestígio: Reis de Armas e Cavaleiros das Ordens Militares em Portugal e Castela (séculos XVII-XVIII)

José Subtil
Pombal e o Rei: valimento ou governamentalização?


Tensões e reformas em jogo durante as Invasões Francesas

Teresa Fonseca
A perseguição aos magistrados régios no rescaldo da primeira invasão francesa. O caso do Alentejo

António Pedro Manique
Junot e as influências francesas na reforma da administração pública em Portugal. O papel dos corregedores-mores


O Estado Novo entre discursos e práticas

Ana Carina Azevedo
Discurso colonial do Estado Novo na imprensa das organizações femininas do regime: A Menina e Moça e a Presença

David Castaño
O Aliado Fiel. As negociações para o acordo de exploração e exportação de urânio de 1949

Helena da Silva
Selecção e discriminação dos profissionais de enfermagem durante o Estado Novo (1938-1963)

 

Espelho de Clio

Ferdinand Opll
The European Atlas of Historic Towns. Project, Vision, Achievements

 

Críticas e Debates

Joana Pontes
História, memória e política


Recensões

Índices (2006 - 2011)

 

Resumos

Ler História 60 / Julho de 2011

A morte do rei. Tumulização e cerimónias de trasladação dos reais corpos (1499-1582)

Ana Isabel Buescu
Este texto refere um aspecto particular do conjunto de práticas, crenças e símbolos associados à morte na sociedade europeia medieval e moderna. Através da análise de momentos e narrativas relativos à morte e à tumulização dos reis portugueses no século XVI, com incursões pontuais noutros períodos cronológicos, procura-se reflectir de que formas e através de que mecanismos, materiais, rituais e simbólicos, se estabelece uma relação entre a morte do rei e o poder da realeza no Portugal da Época Moderna.

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Iconografia da honra e do prestígio: Reis de Armas e cavaleiros das Ordens Militares em Portugal e Castela (séculos XVII-XVIII)

José Antonio Guillén Berrendero
O tema deste artigo é demonstrar o poder das representações visuais dos indivíduos honrados nas coroas de Castela e de Portugal. Mostra uma visão transversal da representação da honra e do prestígio mediante a identificação das distintas marcas de nobreza que são atribuídas aos cavaleiros das Ordens Militares e pelos Reis de Armas. No caso dos primeiros, o autor analisa os elementos próprios de indivíduos identificados pela sua condição de nobres. No caso dos Reis de Armas, centra-se no valor iconográfico e social da sua produção, considerando as armarias das linhagens ou os brasões concedidos a um indivíduo.

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Pombal e o Rei: valimento ou governamentalização?

José Subtil
Partindo de uma síntese sobre o processo de decisão régia e o papel desempenhado pelos escrivães da puridade - secretários régios ou «validos» - e pelos secretários de Estado, conclui-se que o pombalismo corresponde a uma nova fase política caracterizada pela formação de um governo activo e reformista, apoiado por uma estrutura administrativa inovadora que tendeu a «autonomizar-se» da sociedade política tradicional e da sede do próprio poder régio. Assim, Pombal exerceu, de facto, a função de um primeiro-ministro, diferente da figura de um valido que tivesse procurado impor-se politicamente entre o monarca, as secretarias, os tribunais e os conselhos.

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Junot e as influências francesas na reforma da administração pública em Portugal – O papel dos corregedores-mores

António Pedro Manique
A primeira tentativa de implantar em Portugal os princípios administrativos napoleónicos foi materializada na nomeação dos corregedores-mores, em 1808, mas não restam hoje dúvidas de que tais princípios já antes eram conhecidos e tinham partidários convictos entre alguns representantes dos magistrados portugueses. O presente texto procura traçar uma linha de continuidade, em termos de pensamento referente a princípios administrativos, desde os fins do século XVIII até à construção da administração periférica liberal, sublinhando o papel desempenhado pelos corregedores-mores, nomeados por Junot.

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A perseguição aos magistrados régios no rescaldo da primeira invasão francesa. O caso do Alentejo

Teresa Fonseca
Este estudo procura interpretar a perseguição aos magistrados régios com funções na periferia, movida no âmbito das revoltas populares anti-francesas desencadeadas em todo o território nacional, nos últimos meses da primeira ocupação de Portugal pelo exército napoleónico. Analisa este fenómeno na Província do Alentejo, no período mais intenso de agitação social, os meses de Junho e Julho de 1808.

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Presença do discurso colonial do Estado Novo na imprensa das organizações femininas do regime: A Menina e Moça e a Presença

Ana Carina Azevedo
A vaga de descolonizações surgida com o final da II Guerra Mundial constituiu-se, como um desafio para o regime português que continuava a defender o seu cariz pluricontinental. A construção de um discurso colonial, nomeadamente por parte das organizações femininas do Estado Novo, teve um papel importante na justificação dessa premissa. Até 1974, o discurso colonial no feminino tenta adaptar-se às circunstâncias que o regime não consegue evitar. Porém, as alterações feitas são meros artifícios que têm como objectivo alterar o acessório para que o essencial permaneça

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O Aliado Fiel. As negociações para o acordo de exploração e exportação de urânio de 1949

David Castaño
Em Julho de 1949, celebra-se entre os governos português e britânico um acordo que permitia a exploração e exportação de urânio português para o Reino Unido. Salazar acedeu aos pedidos das potências ocidentais, reforçando a integração do regime no bloco ocidental. Como nos casos da cedência das bases nos Açores, do embargo às exportações de volfrâmio, da adesão à OECE e da integração na NATO, o pragmatismo substituiu a desconfiança e a «velha aliada» serviu de mediadora entre Portugal e o poder emergente. A intermediação britânica facilitou a adaptação que garantiu ao regime mais 25 anos de vida.

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Selecção e discriminação dos profissionais de enfermagem durante o Estado Novo (1938-1963).

Helena da Silva
Este artigo analisa as consequências da intervenção do Estado Novo nas escolas de enfermagem. No final do século XIX, foram criadas em Portugal as primeiras escolas de enfermagem para formar cientificamente alunos de ambos os sexos, sem qualquer discriminação de género ou estado civil. Na década de 1940 esta situação altera-se, devido à interferência do Estado na formação do pessoal de enfermagem. A imposição de novas regras para as escolas de enfermagem afectou também os profissionais de enfermagem, bem como o sistema nacional de saúde e a assistência aos pacientes em meio hospitalar.

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